segunda-feira, 24 de agosto de 2015

O apêndice do Bruno.

O Bruno sofre de uma dor abdominal crônica. Não conseguimos ainda descobrir o motivo.
Até exame de intolerância a lactose já fizemos.

Domingo dia 9 de agosto uma nova crise com direito a vômito.
Na segunda diarreira. Melhor ficar em casa na segunda.
Na terça, ainda reclamando de dor, resolvi levar ao médico.
A pediatra de plantão, muito atenciosa, examinou bem e disse que era apendicite mas que precisava de um exame de ultrassom para confirmar.
Em São José dos Campos os 2 hospitais credenciados no convênio não tinham médico de plantão para realizar ultrassom.
Com muita calma, de quem já foi ao PS inúmeras vezes e saiu de lá com receita de buscopan resolvi vir para São Paulo.
Eu achava que não ia dar em nada mas a médica tinha muita certeza que era então vim.
Nem fiz mala.

Fui para o Hospital Samaritano, fizeram exames de sangue, urina e ultrassom. Para confirmar se era mesmo caso de apendicite.
Enquanto eu aguardava o resultado do ultrassom o Eduardo chegou. Conversamos, rimos e ficamos nos 3 jogando Angry Birds no tablet.
Até que veio uma enfermeira e me fez uma pergunta:
- Quando foi a última refeição do Bruno?
Se eles estavam preocupados com horário da última refeição era porque alguma coisa tinha surgido em algum exame...
Aí sim comecei a me preocupar.
Alguns minutos depois o médico chama e conta a novidade:
Apendicite. Ele ia ser operado pela manhã.

Como contar para uma criança de 7 anos que ela será operada?
Eu começava a falar e a voz não saia.
Decidi ir comer alguma coisa e depois ver o que eu falaria.
Quando voltei o Eduardo tinha contado.
Bruno reagiu bem não ficou com medo. Mas ficou triste que durante a recuperação não ia poder jogar bola.
Aí veio outra coisa dura de conversar: eu não ia dormir com ele no hospital.
Minha barriga está gigante e eu estava sentindo bastante dor.
Eu até me prontifiquei a ficar mas o Eduardo vetou.

A cirurgia correu super bem.
Estava bem inflamado e com pus. Como assim o moleque aguentou 48hs de dor?
Fiquei chocada com a resistência do meu pequeno.

Ficar com ele na sala de recuperação pós-cirurgia foi muito triste para mim.
Ver o meu pequeno ali tão frágil, me culpei por não ter vindo antes para SP, por ter dormido longe dele, me preocupei como seria a recuperação, se eu ia dar conta.

Os dias no hospital foram bem tranquilos.
A equipe de enfermagem foi sempre ótima.
E a comida muito boa.

Toda noite eu ia embora chorando. Ele entendeu que eu não podia ficar mas eu me sentia péssima de ir. Eu sou mãe que dá açucar e besteiras. Que perde a paciência e grita.
Mas eu sou uma mãe presente. Ele precisa eu estou lá.

A alta estava prevista para sexta-feira mas como ele não tinha ido ao banheiro (fezes) ainda, não foi liberado. Ele ficou muito triste.
A vantagem foi que dois amigos foram visita-lo na noite de sexta e o alegrou imensamente.
Sem palavras para agrader a família Gusso pela vista :)
As crianças distrairam o Bruno e a mãe me distraiu rsrsrs.

No sábado de manhã tivemos a tão esperada alta.

A recuperação tem sido muito boa. Nada de febre, indo ao banheiro normalmente, sem dores.
Está de licença da escola até 01/09. Depois vida normal.
Ele está bem entediado. Jogando bastante Minecraft (preciso escrever sobre isso!) e vendo TV.
Estamos em SP e ficaremos aqui até 01/09. Além do tédio ele sente falta de casa.
Mas ele tinha retorno no hospital e aproveitei para leva-lo a dentista.
E era mais fácil ter a ajuda da sogra.

Foi uma provação muito grande como família lidar com essa situação.
Eu ficava sozinha com o Bruno no hospital para o Eduardo ir trabalhar. Abusei bastante.
O Eduardo dormia no hospital para eu dormir em uma cama. Ficou quebrado, tadinho.

No próximo post eu escrevo sobre como essa experiência me fez sentir pela primeira vez mãe de dois.

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