terça-feira, 21 de julho de 2015

O quarto do filho.

Eu tinha 16 anos quando dormi pela primeira vez fora de casa, na casa de uma amiga.
Eu nunca fui de ter amigas e achava que festa do pijama coisa de cinema.
Quando dormi na casa dessa amiga foi porque saímos e ia ser mais fácil eu dormir lá.
Achei estranho e meio desconfortavel porque fiquei pensando: e se eu dormir demais?
E se eu acordar antes que todo mundo o que eu faço?
Bom acordei em um horário razoável mas saí bem rapidinho e sem tomar café.
Voltei a dormir na casa dessa amiga outras duas vezes e foi mais tranquilo.
Depois de adulta, já cursando faculdade, eu e o Eduardo sempre dormíamos na casa
de uma amiga que morava sozinha, depois de um bar.

Meu filho tem 7 anos e dormiu na casa de um amigo.
Sem dramas, sem encanações.
Feliz e leve.

Recebi fotos dele sorrindo, fotos comendo, fotos todo sujo.
O meu menino é tão independente.
O meu menino é feliz.
E eu fiquei bem.
Eu crio o meu filho para o mundo, para ser um desbravador.

Mas eu confesso que voltar para casa e ver o quarto vazio me apertou o coração.
Nem reparei na bagunça que estava. Brinquedos e roupas espalhadas.
Faltava ele.
Que estava longe. Rindo, aprontando, crescendo.

Ver um filho crescer é uma mistura de orgulho e saudosismo.
Cade aquele bebê que ficava pendurado no meu peito?

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