sexta-feira, 3 de abril de 2015

Uma mãe para dois. Parte final.

Eu sou filha única. Cresci junto a três moleques que amo de paixão e nos chamamos de irmão, mas eu sou filha única e tenho uma criação de filha única.
A minha mãe é um tanto complicada e sofri todas as implicações de ser sua filha sozinha. Hoje ela já tem 65 anos, e apesar de usar bengala se vira super bem inclusive trabalha de segunda a sábado (simplesmente porque não aguenta ficar em casa, precisa se movimentar. Eu sei que um dia irei precisar cuida dela, quer eu goste disse ou não. Afinal ela só tem a mim. No dia que ela cair em uma cama o peso emocional e financeiro será todo meu. No dia que ela morrer, só eu estarei enterrando minha mãe. Os meus irmãos estarão enterrando uma tia, que eles nem tem muito apego.
Acho que por isso que sempre quiz tanto que meu filho tivesse irmãos. Alguém para dividir.
Eu sei, eu sei que tem muitos irmãos que não se dão bem e nem se falam. Mas eu filha única tenho a visão que a vida é mais leve quando se tem esse parente especial.
Ao mesmo tempo que idealizo as relações de irmãos as vezes vejo algumas situações em que eu penso: porque você atura isso dessa pessoa apenas por terem os mesmos pais?
O Eduardo já me disse (acho que mais de uma vez) que tinha medo de como eu ia me comportar na relação do Bruno com um irmão. Que eu não sei como é especial e ia acabar surtando.
Ao desabafar com uma amiga (que tem uma irmã que é como se fosse uma metade dela e um irmão com quem vive brigando) concordou. Disse que ia ser difícil para mim tanto ver a complicidade como saber me comportar diante de uma briga.
Mas nada disso me fez mudar de ideia. Só me fazem refletir.
Agora que a chegada de outra pessoa na família vai realmente acontecer, tenho pensando e lido bastante sobre o assunto.
Uma vez vi um vídeo no Mamatraca, em que ao ser questionada sobre a relação de seus 3 filhos (2 meninos gêmeos e 1 menina) ela disse uma frase que me marcou muito:
- Meus filhos gostam muito de mim e do pai, muito. Mas amor de verdade, eles sentem um pelo outro.
Bom, que assim seja. Se é para eu perder o posto de pessoa preferida do Bruno, que seja para a minha mini me.

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