quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

O meu filho e sua fôrma

Eu não sou uma pessoa convencional. Nada convencional. Eu falo alto, sento de perna aberta, não tenho pudores ou segredos. Tenho a risada mais escandalosa do mundo. Eu lí Gabriel Garcia Marques e Kafka aos 15 anos. Adorava descobrir assuntos novos. Na adolescência ia ao cinema 2 vezes por semana. Economizava no lanche para fazer programas culturais. Buscava programas grátis de cultura.

Eis que tive um filho. Eis que entrei na blogosfera materna. Eis que vários blogs que eu leio falam tanto da educação formal das crianças. Buscam o sentindo da nossa geração querem tanto que seus filhos sejam um sucesso.

Ontem nem coloquei no twitter e facebook o post sobre a reunião de escola. Afinal não é legal divulgar como seu filho está indo bem nas atividades escolares. Não só na internet, na vida social.
Perguntei para o Eduardo, sábado, você sabe com seus amigos sobre o Bruno? Ele disse que sim, eu disse que eu não.

Primeiro porque parece mentira. Quem nunca ouviu uma história sobre uma criança e pensou enquanto balançava a cabeça: ah tá que essa criança é tudo isso...

Eu não acho que eu forço o Bruno a ser mais do que ele pode ser. Eu dou as ferramentas, ela usa e ficamos felizes, só isso.

Gosto realmente da maneira como a escola dele trabalha. Não é o meu ideal de educação. O meu ideal de educação é uma escola utópica que sonhei em realizar com a minha falecida cunhada. E tenho certo em mim que é um sonho que enterrei junto com ela. Agora busco algo que satisfaça as minhas necessidades e as do Bruno, sabendo que nunca será 100%.

Eu contei como me senti ao conhecer os pais dos amigos do Bruno. Pensam como eu e Eduardo. Ou seja a classe dele é um tanto homogênia o que facilita o trabalho da professora. Ele não é único a ter contato com gibis, filmes e brinquedos educativos.

Ele se sobressai um pouco. Meus amigos pedem um teste de QI. Nenhum professor pediu. A minha opinião é que ele é inteligente e bem estimulado, não acho que tenha um QI alto.

Comecei o texto falando sobre mim, porque me incomodou ler blogs que não concordam com meu jeito de pensar. Pais que não querem seu filho na escola,  que não são a favor da independencia, que acham que tudo isso é modinha da vez. Poxa justo eu tão cool seguindo modinha? Será que preciso rever meus conceitos?

Bom, sempre precisamos rever nossos conceitos.

Educar é difícil por isso. Fazemos hoje e o resultado só aparece daqui a 20 anos. Assustador isso.

Revi meus conceitos, pensei, refleti e lí muito. Conversei muito. E concluí: estou seguindo o caminho que acho melhor. Posso me arrepender? Claro! Mas hoje: acho que estou fazendo certo.

O que eu quero, é que Bruno seja feliz. Quero dar ferramentas para ele conseguir ser um ser humano bacana. Se ele vai ser rico, famoso, etcs, não me importa. Quero que ele seja feliz. E que seja capaz de fazer outras pessoas felizes.

Quero que meu filho seja um ser humano melhor do que eu.

Um comentário: