domingo, 12 de fevereiro de 2012

Como tudo começou. Parte 3

Os minutos que antecederam eu entrar na sala de cirurgia foram de muita agonia. Eu não sabia os riscos dessa cirurgia, quanto tempo ela ia levar, como seria a minha recuperação, como seria a minha recuperação. Assim que entrei na sala despejei um bando de pergunta.

A equipe do Hospital São Luis foi incrível. Foram atenciosos e fizeram de tudo para me acalmar. E óbvoi que eles acharam um absurdo eu estar ali sozinha. Mas acho que isso acabou deixando eles com mais solidariedade. Tipo: coitada, sozinha, se não pegarmos na mão quem vai pegar? Eu nunca vou perdoar o Eduardo por ter passado por aquele momento sozinha.

Eu implorei para que me dessem uma anestesia master. Ué já que não ia ser natural, que me dessem uma anestesia geral e que eu só acordasse depois de tudo terminado. O Dr. João disse que isso era um absurdo, que eu ia participar sim e que ele ia conversar comigo o tempo todo para as horas passarem rápido.

Assim que a cirurgia começou, eu me fixei os olhos no relógio. Queria um ponto de apoio. Eu segurava firmemente onde minhas mãos estavam amarradas. Gente como fiquei agoniada de ter sido amarrada! Viu o que dá não ter lido sobre cesáreas?

Enquanto a cirurgia rolava a equipe debatia sobre um suposto caso entre uma enfermeira e um médico.
Foi hilário. Me senti em um episódio de Grey´s Anatomy! Pena que eu era paciente ali.

Acbou muito rápido. Levei um baita susto quando ouvi o choro do Bruno. Tipo, já? Ai o médico falou: esse é o som que vai embalar suas noites. Então me mostraram o Bruno, de longe, antrs de limparem ele. Uma cara muito assustada. Olhões verdes arregalados (juro que o olho era verde!) Ele não chorava, só estava com cara de assustado. Ai limparam ele e me troxeram ele e volta. Me desamararram e me deram ele para segurar. Ele chorava muito. Ai o pediatra falou: vamos mãe ele está com fome hora de começar alimentar ele. Como assim, já? Ai eu dei o peito e ele mamou. Quer dizer ele mamava e chorava. Como se me dissesse: não queria ter nascido ainda estou bravo com você. Depois que ele mamou, levaram ele de mim.

Ir para a sala de recuperação é um saco. Mas admito que eu dormi. Só acordei com a conversa do médico com a enfermeira. Ai ele me examinou e me liberou para ir para o quarto. EBA! Acreditam que a enfermeira perguntou se eu queria mesmo ir para o quarto aquela hora, por que era troca de turno e se ela me levasse para o quarto ela ia se atrasar para sair. Eu falei para ela: costumo ser mega flexivel, em qualquer outra ocasião eu levaria na boa, mas acabei de ter um bebê, quero ir para o quarto ver meu marido e meu filho. Ainda bem que nisso, a enfermeira que ia rende-la chegou e falou: pode deixar eu levo.

Então eu fui para o quarto e esperei cerca de 3hs para ver o meu filho. Nisso chegaram três amigas e ficamos conversando, me distraindo na agonia da espera. Se elas não tivessem ido eu rinha surtado.

Cerca de 11hs da noite, as visitas para irem embora, ele chegou. Lindo, lindo. Exatamente como imaginei que o meu filho seria. Eu falava para as pessoas: ele é lindo mesmo ou é coisa de mãe?
Ele mamou de novo e eu não aguentava de felicidade.

Eu sabia que nunca mais haveria um momento assim, de tanta alegria na minha vida.

Nenhum comentário:

Postar um comentário